“UM ABRAÇO COMO DESTE SENHOR”
Prontos para fazer a distribuição da Palavra de Deus numa escola, nos reunimos para orar, pedindo proteção a Deus e que a semente, pela obra do Espírito Santo, pudesse germinar e produzir frutos, ganhando almas para Jesus.
Ao iniciar a distribuição em uma das salas, deparei-me com uma aluna evangélica de nome Beatriz, que desafiou seus companheiros na memorização de alguns versículos. Vi então um moço forte, sentado olhando para o chão, e pensei que estava com algum problema ou preocupação. Dirigi-me a ele e num tom carinhoso, disse: “Meu filho, aceitarias este presente?” Ele respondeu num tom de queixa: “Por que o senhor me chama de ‘filho’, se o senhor não é meu pai?” Surpreendido e observando meu erro no trato, desculpei-me e tentei melhorar a conversa, perguntando seu nome. Ofereci novamente o presente e expliquei que se tratava da Palavra de Deus, onde ele iria encontrar muito amor, consolo e ajuda para os momentos mais difíceis. Entreguei-lhe o Novo Testamento e, com um abraço, tentei mostrar-lhe um pouco do amor que Deus tem derramado em mim. Compartilhei com ele o versículo de Salmos 27:10, que diz: “Porque, se o meu pai e a minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá.” Neste instante, Milton olhou para Beatriz no fundo da sala e gritou: “Se meu pai um dia tivesse me abraçado como este senhor fez agora, eu nunca teria ido às drogas!”
Passados seis meses, enquanto percorria a feira num sábado, alguém me tocou o ombro e disse: “Olá, irmão Carlos!”. Olhei para a pessoa e era Milton, aquele aluno, com a namorada. Imaginei que zombava de mim, mas ele insistiu: “Agora somos irmãos”, e contou-me sobre sua conversão a Cristo. Foi um momento de muita alegria, e hoje posso mais uma vez repetir o texto bíblico que diz: “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”Is 55:11
Carlos Luís Munoz Espinoza
(São Paulo, SP)