Foi na Universidade Federal do Rio de Janeiro que eu recebi um Novo Testamento das mãos de um norte- -americano. Ele então estendeu para mim um livro e quando eu segurei, ele não soltou; olhou nos meus olhos e disse: “Você pode rasgar…pode jogar fora, mas você promete que vai ler”? Eu prometi e ele insistiu: “Você promete mesmo”? Eu disse: “Prometo”. Então ele me entregou o NT.

Fui para a aula e com vergonha dos outros colegas de classe, coloquei aquele livro atrás de um objeto. Quando terminou a aula, eu estava no pátio conversando com uns colegas, e logo veio outro colega de classe, o ‘Pinóquio’, dizendo: “Celso, você esqueceu sua Bíblia”! Aí os colegas perguntaram: “Você é Bíblia”? Eu disse que não, tentei explicar que um senhor havia me dado, mas o ‘Pinóquio’ insistiu dizendo que eu era ‘Bíblia’, sim, que era crente e que aquele livro era meu. Numa próxima aula eu coloquei o NT embaixo de uma das pranchetas de desenho e pensei: “Vou deixar aqui”. Ao terminar a aula, fui para o pátio novamente, me aproximei de outro grupo de amigos e de novo, veio o ‘Pinóquio’ dizendo o mesmo. Fiquei sem graça, irritado e chamei a atenção dele. Ele sorrindo me disse: “A paz do Senhor, irmão! Papai do céu não gosta que você fique assim…”. Eu peguei aquele livro e acabei guardando numa gaveta, em casa.

Nesse período eu conheci um rapaz chamado Gonçalves. Tudo o que eu comentava com ele, ele dizia: “Se você lesse a Bíblia, você saberia o porquê”. Numa de minhas férias, comecei a ler alguns livros e acabei encontrando aquele NT. Decidi ler e quando eu encontrasse o Gonçalves eu iria dizer: “Eu já li. Eu já sei!”. Após horas de leitura comecei a chorar inexplicavelmente. Fui para a sala e disse a meu irmão, que havia aderido ao movimento hippie: “Se tudo o que está escrito na Bíblia for verdade, nós dois vamos para o inferno”. Ele ficou espantado e disse que eu estava falando igual aos crentes e eu respondi: “A partir de hoje eu sou um crente”.

Quatro dias depois, fui à Igreja Batista em São João de Meriti e entreguei minha vida a Jesus. No ano seguinte ingressei no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e hoje sou pastor da Primeira Igreja Batista de Petrópolis, RJ. Eu não sei dizer onde estão os 199.999.999 de NTs distribuídos por vocês, mas eu quero dizer que um deles é o meu.

Celso Ribeiro Filho (Rio de Janeiro, RJ)

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